O semba de Paulo Flores e o Mali de Bassekou Kouyaté

Eis um dos discípulos do blues maliano e do grande Ali Farka Touré, aqui num instrumento mais difícil, o n'goni (não confundir com a kora), o avôzinho da guitarra eléctrica. É isso aí, falo-vos de Bassekou Kouyaté, que toca hoje à noite no relvado da Torre de Belém, ao lado do Tejo. É a 2.ª noite do África Festival. Aqui fica um cheirinho: Bassekou Kouyaté com os Ngoni ba, ao vivo em Rostock. Quem quiser saber a história da sua vida vd. aqui. Outros bons cheirinhos aqui. No mesmo serão teremos a abrir o ritmo suave do semba com o angolano Paulo Flores, às 22h. Mais, para quê? Está per-fei-to.

Momentos de relax

Como é do conhecimento público (ou nem por isso, de facto, ninguém conhece, até porque não é verdade), eu sou adepto do budismo zen e do feng-shui.

Neste sentido, quando me consigo libertar dos afazeres profissionais e domésticos, fecho a porta, sento-me calmamente no meu tatami, apago a luz e começo a ver coisas como esta:




I've got cocaine running around my brain...

Desperate Remedies

Uma pérola do Camp e do melodrama!
Aqui vai o início de Desperate Remedies.

Jay-Jay Johanson

Amanhã, quinta-feira, toca no grande auditório do CCB o Jay-Jay Johanson, que regressa a Portugal para apresentar o seu novo álbum "Long Term Psysical Effects Are
Not Yet Known" (2007), que podem ouvir na íntegra na playlist aqui em cima.

Intervalo para compromissos publicitários

Intimate Game Controllers

Sexo limpo?

Caros leitores, o horror

Mudando ligeiramente de assunto. Um dos livros que mais me chamou a atenção nos últimos anos foi American Psycho (1991), de Bret Easton Ellis, que todos conhecerão. Não que o livro fosse uma obra-prima. Está bem escrito e fundamentalmente ganha pelo jogo de ambiguidade que procura levar até ao fim (serão as "actividades" do yuppie nova-iorquino Patrick Bateman reais ou imaginadas?). No entanto, a caracterização dos personagens é algo superficial, "cinematográfica" no mau sentido. Dentro do género (terror), é um livro entretido, com algumas boas dicas relativamente ao relacionamento com o mundo da prostituição.

No entanto, não é por isso que me ocorreu falar de American Psycho. O livro rodeou-se, até desde antes da sua publicação (foi recusado pela Simon & Schuster pelo seu conteúdo explícito, e só depois publicado pela Vintage), por polémica. Foi vetado (nos E.U.A., lá está) por organizações feministas e outras, que acusaram o livro de ser misógino, grosseiro, sexualmente explícito, violento, etc. - o que não deixa de ser verdade, porque era essa a intenção do seu autor.

Como saberão, o livro estrutura-se em torno de "entradas de diário", onde Bateman vai descrevendo sucessiva e detalhadamente os actos sádicos que vai cometendo sobre amigos, namoradas, prostitutas, sem-abrigo, etc. No entanto, a meu ver, as verdadeiras passagens de terror são os capítulos onde o narrador decide descrever abundantemente as carreiras discográficas e as virtudes de "artistas" como Whitney Houston, Genesis e Huey Lewis and the News! Como é possível gastar tantas páginas com artistas tão destituídos de conteúdo, sem qualquer tipo de crítica, como se fosse o seu promotor musical?! Atenção, Bateman consegue mesmo encontrar "significados profundos" nas canções da "diva" Houston, e afirmar que sentiu uma espiritualidade profunda a ouvir a banda do vocalista com mais ar de baterista do mundo (Genesis)!!

Mais a sério, é óbvio que estes interlúdios fazem parte do plot, convencendo implicitamente o leitor da personalidade lunática de Bateman. Mesmo assim é preciso muito, muito estômago para aguentar dezenas e dezenas de páginas disto... Dou mérito a Ellis por conseguir escrever estes capítulos de autêntico horror e tragédia.

Em jeito de homenagem a esse feito, deixo-vos aqui um clássico que nos vai trazer (aos trintões, pelo menos), muitas e mui belas memórias. Não percam a espectacular cena do tubarão, por volta do minuto 2:10.

Yes it's true (yes it's true...), girl I'm happy to be stuck with you...

My brightest diamond

Amigos do Sufjan Stevens que também dão uma corridinha. A investigação continua.

Sabotagens, etc.

O DJ Imbecil regressou para vos trazer mais um momento de conhecimento inútil. Desta vez, encontro-me imerso numa investigação ultra-secreta acerca do seguinte tópico: vídeos musicais que envolvam perseguições, fugas ou simplesmente pessoas a correr.

Sim, porque esta é mais um daqueles assuntos conspirativos (ou conspiratórios, consoante) fundamentais na sociedade globalizada de hoje que ninguém tem a frontalidade de abordar. Para onde correm estas pessoas? Lá está, não sabemos.

Prova número 1:

Beastie Boys: "Sabotage" (Ill Communication, 1994)





Prova número 2:

We Are Scientists: "Nobody Move Nobody Get Hurt" (With Love and Squalor, 2006)




Prova número 3:

Menomena: "Cough Coughing" (I Am The Fun Blame Monster, 2004)





Que outras provas precisarão vocês para ABRIR OS OLHOS para este facto? Eu já abri, e vou continuar a investigar. No entanto, como isto não é a Scotland Yard, nem a GNR de Portimão, aceito dicas.