Monday, July 30, 2007

Homer e a FDEIS

Caros amigos, como saberão, acabou de estrear em Portugal o mui esperado filme dos Simpsons. Eu, caso não saibam, sou o fã nº 1 desta família. Tanto assim é que tenho cultivado uma pança assinalável e esperado ansiosamente pelos primeiros rasgos de calvície para me transformar no meu roll model preferido, Homer.

No entanto, dificilmente irei ao cinema visionar o filme. Porquê? Em primeiro lugar, porque, a julgar pelo que vi nos trailers, um iluminado qualquer teve a ideia absurda de dobrar o filme em português.

A segunda razão prende-se com a organização a que pertenço e presido: a FDEIS - Frente de Defesa da Emancipação do Itchy e do Scratchy. Trata-se de um movimento "underground" que decidiu boicotar toda e qualquer acção promocional relativa aos Simpsons enquanto estes dois personagens do Krusty Show não tiverem uma série própria. É que, caso não saibam, eles é que mandam naquilo tudo.



Quem quiser juntar-se ao movimento, basta enviar uma fotografia tipo passe e pagar jóia.

Wednesday, July 18, 2007

Confesso que não gosto de música de brancos

Escrevi certa vez um post para dizer que o Chico Buarque até é bom, mas tem um problema: é branco. Aliás - sendo rigoroso nas palavras - faz música de brancos. Mas chego à conclusão que o problema não é o Chico Buarque, que até conseguiu incorporar um nadinha do negro que há na música brasileira, o problema é a música de brancos mesmo. Que é como quem diz a música europeia, de origem europeia. E não é só a falta de ritmo, ou a bem-dizer a pobreza dos ritmos. Sim, porque se pode ter ritmos com tempos elevadíssimos e ser de uma pobresa franciscana (vê-se disso a rodos na Pop e no Rock), e ter ritmos com tempos lentos riquíssimos. Mas, sim, a pobreza dos ritmos é um problema importante. E depois vem a melodia, com a fatal tendência para a tonalidade, uma praga que grassa toda a música de brancos desde a (dita) erudita até à (desdita) popular. Aquela mania confrangedora da nota andar a passear para voltar sempre ao mesmo sítio - assim do género:"A-le-crim, A-le-crim a-os mo-lhos...". Isto é particularmente evidente nalgumas musiquinhas de cantautores solitários com a sua guitarrinha, que seguramente aprenderam a dedilhar quando andavam nos escuteiros. Verdade seja dita que alguns têm muita poesia, hélas estamos a falar de música. Se têm boa poesia que publiquem uns livrinhos.
Eu pessoalmente sou fascinado pela música negra, que é como quem diz Africana (como este magnífico exemplo que nos trouxe o Daniel Melo, ali mais abaixo). Mas mais ainda sou fascinado pelas músicas mestiças do Novo Mundo (na qual, se não formos piquinhas com detalhes irrelevantes podemos incluir a música de Cabo Verde). Posso dar alguns exemplos de como essas músicas combinam para além da perfeição ritmos e harmonias (lá está um conceiro importante para compreender a música negra), e eventualmente alguma melodia. O exemplos que escolho dependem do estado de espírito, da fase emocional que atravessa a minha existência, e - sobretudo - do lado para o qual acordo virado de manhã. Pode ser o Dizzy Gillespie, e uma mais ou menos longa dissertação sobre a influência do BeBop no Jazz moderno, e não só. Pode ser um discurso sobre as virtudes do Tropicalismo e do génio musical de Gilberto Gil. Hoje estou mais inclinado para Compay Segundo, e para a música Cubana.



P.S. - Dito isto, ainda estou a tentar digerir um SMS que me enviou um amigo quando escrevi o tal post sobre o Chico Buraque, dizia o SMS simplesmente: "Nao te esqueças que mestiço tambem tem branco".

Tuesday, July 17, 2007

Hayao Miyazaki? Quem?

Na esteira japonesa do hilariante post do Z., venho aqui, em nome de todos os pais com filhos pequenos (e respectiva televisão) deste mundo, fazer uma reivindicação: toda a gente fala da animação brilhante de Hayao Miyazaki, da beleza estética de Hauru No Ugoku Shiro (para aqueles ignorantes que não sabem falar japonês, "Howl's Moving Castle")... Mas a melhor série de animação do mundo é, de longe, a mítica "Super Campeões: Oliver & Benji".










Os que temos filhos pequenos suspiramos por aquele momento do dia em que ligamos o Canal Panda para ver esses fabulosos episódios da autoria de Yoichi Takahashi (desde 1981). Sim, porque é lá (e só mesmo lá) que vemos como o fabuloso Oliver Tsubasa, no tempo que passa entre

1) o momento "A", em que a bola sai dos seus pés após efectuar um potente remate,

e

2) o momento "B", em que a bola entra pela baliza dentro,

consegue ainda reflectir sobre a importância desse mesmo remate para a sua carreira futura, sobre o seu sonho de representar o Catalunha F.C. e de ganhar o campeonato mundial com a selecção japonesa, sobre a sua amizade com Mizaki Taro, Sanae e Yayoi Aoba (entre outros), sobre os sacrifícios por que passou a sua mãe para que ele fosse jogador profissional, sobre o seu lugar como número 10 na selecção do Japão, sobre as virtudes futebolísticas dos seus adversários...




Fico-me por aqui, está quase a começar um novo episódio.

Thursday, July 12, 2007

Karaoke Japonesas

Deixo-vos com este magnifico momento...

Tuesday, July 10, 2007

A Razão Primitiva

As pessoas que me conhecem (mais concretamente, 2 ou 3, não mais) sabem que eu sou, por vários motivos, fan nº 1 dos Primitive Reason. Enumero alguns:

- fazem o som mais original no rock português (isso ninguém lhes tira);
- como o nome da banda indica, são a banda mais lévy-bruhliana da cena musical portuguesa e internacional, o que é um feito extraordinário (vide L'Âme Primitive, de 1927);
- são todos grandes amigos meus (um até é família).

Trago-os aqui ao blog porque acabaram de lançar um single novo na sua página "myspace", intitulado "The Perfect Start". Este tema fala, como o título indica (e caso não tivessem chegado lá ainda), sobre inícios perfeitos.

O tema em questão não tem ainda vídeo; no entanto, vale a pena recordar o último clip produzido pela própria banda, um pequeno filme de animação que incorpora o grafismo e universo imagético (criado pelo vocalista dos Primitive, Guillermo) do seu último álbum, Pictures in the Wall (2005, Kaminari Records):



Primitive Reason: "Courage" (Pictures in the Wall, 2005, Kaminari Records)

Friday, July 6, 2007

Notas do Terreno: SBSR

Duas performances brutais no último dia do SBSR de 2007 (o único a que pude assistir este ano):

TV On The Radio



Não se importaram nada de tocar à tarde e com um som regular (que foi melhorando no decorrer da sua actuação). Não se ficaram pela reprodução dos álbums, improvisando bastante. Já agora, por que razão Tunde utiliza dois microfones? Soavam exactamente igual... Quando o virem por aí perguntem. No vídeo: "Wolf Like Me",


Interpol




Pouco comunicativos, mas também o que é que isso interessa? Não fui lá para os ouvir falar. Muito colados ao registo dos álbums; mas não faz mal, quando o som no palco é excelente e os músicos estão à altura. Tocaram bastantes músicas do último disco, Our Love to Admire (que ainda não foi lançado - pelo menos em CD - em Portugal). Dois momentos interessantes: espalhanço do guitarrista; anúncio de nova data em Lisboa, em Novembro. No vídeo: excerto de "Pioneers to the Falls", primeira faixa de OLTA.

Wednesday, July 4, 2007

Jorge Palma

Esta é antiga, mas vem aí CD novo. Por enquanto ainda só ouvi uma música chamada Encosta-te a mim e é boa como sempre.